segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Operário

Quadro "Head of a worker", de Andrzej Feliks Szumigaj



A náusea é só o que resta depois do beijo.

A ânsia de vômito,
A dor de cabeça intensa,
A vontade de fumar um cigarro e sair correndo na rua,
Ir embora sentindo saudade da falta de sentimento travestido de prazer.

Como se fosse troca de bens preciosos em pleno prostíbulo
Eu provo um pouco de ti,
Tu saboreias um pouco de mim,
Escambo de corpos, cabelos e respiração ofegante.

A falta é o que mais completa nesta noite.
O nada sacia.
O vazio mata a fome quando não sabemos nem o que significa amar.
O que é amar senão ser subjugado ou subjugar.

Não sei.
Ninguém aprende a sentir.
Aqui no formigueiro todos vivem na escuridão.

3 comentários: